CONDUZINDO OUTROS À ADORAÇÃO

Posted: sábado, 11 de setembro de 2010 by Ministério de Louvor IMC Carangola in Marcadores:
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Que o Salmo 100 representa o padrão divino para se entrar na presença de Deus é óbvio, mesmo para o leitor mais casual. No entanto, muito freqüentemente nós começamos o padrão com o 4º verso, e não com os versos 1 e 2. Muito antes de nós entrarmos “nos Seus portões com ações de graças”, nós somos instruídos a “celebrar com júbilo ao Senhor ... apresentar diante Dele com cânticos” (vs.1,2).

Os hebreus não teriam dificuldade em entender isto, pois eles estavam acostumados a cantar na sua jornada à Jerusalém para os dias festivos, e eles até cantavam cerimonialmente os Salmos de Romagem (Salmos 120-134), à medida que eles se aproximavam da Cidade Santa para estas festas. O seu canto revelavam o propósito de sua visita, estimulava a sua fé no Senhor, seu Deus, e unia seus corações e mentes aos dos seus companheiros peregrinos.

Estes salmos de Romagem começam com a necessidade do homem - “na minha angústia clamo ao Senhor... “(Sl.121) - e terminam no Santuário de Deus com os homens adorando a Deus ( Sl.134:2). Da necessidade humana até a presença de Deus é uma longa jornada; talvez seja este o motivo pelo qual eles cantavam 15 canções.

É provável que o conceito de um Culto musicado venha dessa prática judaica, mas este conceito tem sido deturpado em muitos círculos religiosos. Algumas vezes o Culto cantado é pouco mais do que uma chamada à ordem, e em ocasiões ele é usado para ele preencher o tempo, enquanto os atrasados acham seus assentos.

De acordo com as Escrituras o canto representa uma expressão de adoração que pode nos transportar acima das pressões da vida até a presença de Deus. Mas isto não é automático, pois enquanto os cânticos podem unir nossos corações numa comunhão de fé e numa expressão unida de amor, eles também podem desvirtuar um culto completo e mobilizar os melhores desejos de adoração.

Assim como existe uma grande diferença entre conduzir uma massa de pessoas andando desordenadamente numa rua e liderar uma banda em uma marcha, assim também os cânticos podem tanto envolver as pessoas em uma atividade sem direção, ou conduzi-las a um objetivo específico. O primeiro irá promover uma liberação emocional e algumas respostas vindas da alma, mas o segundo pode conduzir as pessoas à presença de Deus e a uma experiência de adoração.

Qualquer pessoa pode liderar cânticos, mas é preciso alguém especial para ser capaz de conduzir pessoas enquanto elas cantam. Esta pessoa precisa ser, ela mesma, um adorador, se ele deseja conduzir outros à adoração, e ele precisa saber onde ele está, para onde está indo, e quando chega lá.

Liderar pessoas sempre requer que se comece do ponto onde as pessoas estão. O líder de cânticos deve determinar a posição espiritual das pessoas no momento ou ele irá perdê-las totalmente, pois poucos irão correr para alcançar a marcha que já se iniciou. Na maioria dos cultos de igrejas, localizar o nível das pessoas será geralmente fácil, pois as pessoas chegam à igreja saindo das atividades normais da vida e têm uma consciência mínima de Deus. Suas mentes estão preocupadas com pessoas, lugares, coisas e necessidades pessoais. Eles estão muito conscientes de si mesmo.

O líder de cânticos pode muito bem começar com um cântico ou coro de experiência ou testemunho pessoal - um dos muitos testemunhos musicais do tipo: “Eu sou”, ou “Eu tenho”. Isto vai de encontro às pessoas no lugar onde elas estão e oferece a elas algo com que se identificar no inicio do culto.

Na tipologia do Tabernáculo na época da peregrinação, ao qual o Salmo 150 se refere, este seria o acampamento imediatamente fora do portão que cercava o Tabernáculo. Este acampamento era a casa dos sacerdotes, os quais, embora acampados perto do Tabernáculo não poderia adorar até que eles entrassem dentro do próprio Tabernáculo. Da mesma forma nós não podemos. Se o líder dos cânticos tiver em mente que cânticos que falam da condição ou experiência pessoais são canções para serem cantadas quando as pessoas estão de fora do limite do Tabernáculo, ele pode fazer um ótimo uso deles para gentilmente ter a atenção da congregação. Já que o propósito declarado nas Escrituras de um ajuntamento de pessoas é adoração, o objetivo de cada culto cantado ou musicado deve ser de trazer as pessoas à uma experiência de adoração. Isto poderia ocorrer no Santo Lugar, onde a iluminação do Espírito Santo (candelabro) torna a comunhão com Deus (Mesa do Proposição) e a adoração a Deus (Altar do Incenso) possíveis, agradáveis e lucrativas. Nós queremos trazer os cantores ao lugar sagrado onde eles são conscientes disto; mas assim, como é preciso mais de um passo para se chegar do Átrio para dentro do Lugar Sagrado, cânticos de experiência não devem ser imediatamente seguidos por canções sobre a grandeza de Deus.

“Entrai nos seus portões com ações de graças...”(Sl.100.4), assim instrui o salmista. Não deixa as pessoas no acampamento dos sacerdotes todo o tempo; tome passos progressivos e suaves para movê-los para mais perto da presença de Deus. Este salmo lista 3 ou 4 destes passos, e ações de graças é o primeiro. Deixe a congregação usufruir de canções de testemunho até que eles estejam suficiente unidos para começar a se mover para mais perto de Deus. Use estas canções para conduzir as pessoas através dos portais que vão separá-los do profano até o sagrado, então introduza cânticos e coros de ações de graça.

É uma questão de conduzi-los de uma consciência daquilo que foi feito neles e por eles (testemunho) para aquele que fez estas coisas neles e por eles (ações de graça). A procissão através do portão leste até os átrios externos do Tabernáculo deve ser uma marcha alegre, pois agradecimento nunca deve ser expressado como um lamento. Enquanto as pessoas estão cantando coros de ações de graça eles estarão pensando, tanto em si mesmo, como no seu Deus, mas por colocar a ênfase no dar graças, a maioria do seu pensamento deve estar no seu Deus. Cantar neste nível irá freqüentemente invocar um nível inicial de louvor, mas não irá produzir adoração, pois os cantores não estão ainda perto o bastante da presença de Deus para expressar uma resposta de adoração.

O passo número dois é “entrai ...nos seus átrios com louvor”(Sl.100.4). Uma vez que o coração foi elevado em ações de graças, é natural que ele tome passos progressivos para louvor. Agradecer a Deus por aquilo que Ele tem feito evoca louvor por aquilo que Ele é, portanto, passe dos cânticos de ações de graça por favores passados, para louvores por Sua misericórdia presente. O Átrio externo é um lugar bastante amplo, portanto pode ser necessário mais tempo cantando coros e canções de louvor para transportar as pessoas para o local santo, do que o tempo requerido para fazê-los passar através dos portões com música de ações de graça.

Progredindo de um passo para outro pode requerer umas poucas palavras de transição, mas o líder, cujo objetivo é trazer as pessoas à adoração de Deus irá pesar suas palavras cuidadosamente. Muitos cultos de louvor tem sido destruídos por líderes ansiosos, que falam interminavelmente, já que um longo “comercial” quebra o fluir do pensamento dos cantores. Um líder bem preparado pode dizer o que precisa ser dito, num parágrafo ou menos.

Quanto mais perto nós chegamos da presença de Deus, nos Santos dos Santos, muito mais as canções estarão voltadas para o próprio Deus. “ Rendei-Lhe graças e bendizei-Lhe o nome”, diz o Salmista (Sl.100.4). Enquanto nós começamos a cantar sobre nós mesmos, enquanto estamos fora dos muros, nós cantaremos sobre Deus no Lugar Santo, pois nada neste lugar fala dos homens; tudo neste lugar é uma revelação de Deus. É aqui que alguns dos hinos majestosos dão expressão de conceitos mais elevados de Deus, do que o fazem alguns dos mais simples cânticos, mas se esta é uma congregação orientada para cânticos, deixe que os cânticos sejam aqueles que dirijam toda a atenção para Deus Pai, Jesus Cristo ou o Espírito Santo.

Se o líder for bem sucedido em trazer as pessoas passo a passo, do Átrio exterior, e através deste para o Santo Lugar, então haverá uma elevação da resposta espiritual das pessoas. Ao invés de respostas meramente emocionais ou da alma, haverá respostas do espírito humano que terão profundidade e devoção nelas. O bater de palmas emocional será provavelmente substituído por respostas devocionais consistindo de faces direcionadas para cima, mãos levantadas, lágrimas, e mesmo uma mudança sutil no timbre das vozes. Quando existe uma consciência de que nós chegamos na presença de Deus, nós saímos da leveza e nos tornamos mais sóbrios. É neste ponto que muitos líderes cometem um sério erro em arremeçar as pessoas de volta ao Átrio exterior através de um cântico emocional de ações de graça. Adoração toma tempo; não apresse as pessoas. Deixe que elas cantem; deixe que elas repitam qualquer cântico ou verso de um hino que pareça dar uma expressão honesta do que eles estão sentindo e fazendo naquele momento. A mente pode pular de um conceito para um outro muito mais rápido que o espírito pode. Permita ao espírito humano saborear o sentido da presença de Deus. Uma mudança de cântico pode destruir toma atitude de adoração.

Adore apenas. Perspicácia é inapropriada. Falar é desnecessário. Direções para como reações são supérfluas. Deixe o povo adorar. O silêncio pode ser ameaçador para o líder, mas é ouro para o adorador. Um acorde suave sustentado no órgão e um cântico do Espírito Santo nos lábios do líder deve ser mais do que suficiente para levar a uma resposta de adoração por parte da congregação inteira por um longo período de tempo.

“Mas isto não é cantar”, você pode dizer.

É claro que não. Este é o propósito de se cantar. Os santos estão adorando; esta é a razão pela qual nós lideramos o cantar. Não deixe que este instrumento que é cantar limite a resposta de adoração. Tudo o que nós fizemos tem sido para isto (levar para a adoração), portanto, pare de fazer, e deixe que a adoração flua pela congregação. Quando a maioria parecer ter terminado a sua adoração, toda a congregação pode ou ser convidada a se sentar em “Sua presença” ou você pode escolher um outro cântico para conduzi-los de volta ao Átrio exterior para a pregação da Palavra de Deus, ou qualquer outro ministério que tenha sido preparado.

Cantar não deve ser considerado um fim em si mesmo. Cantar deve ser a liberação do Espírito Santo para Deus numa expressão de adoração. No entanto as pessoas têm que ser conduzidas do natural ao espiritual, e de uma expressão de suas necessidades pessoas a uma expressão de espírito-adoração. Esta é a tarefa do líder de cântico. Se ele foi bem sucedido ele será um líder de adoradores, mais do que um líder de cânticos.

Cantar, é claro não deve ser considerado um fim em si mesmo, pois nosso propósito é nos ajuntarmos é adorar ao Senhor na beleza de Sua Santidade. Adoração é o objetivo final; todas as outras atividades, cerimônias, ou ordenanças servem meramente como meios para este fim. Mas, enquanto adoração é o fim para todos os nossos meios, a adoração em si mesma é um meio para a transformação de vidas individuais, pois um adorador não pode evitar ser transformado no ato de adorar.

Judson Cornwall

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